segunda-feira, 19 de junho de 2017

Quais os perigos das redes sociais?


O Instagram é a rede social mais nociva para a saúde mental de jovens e adolescentes, segundo o estudo #Statusofmind do Instituto Royal Society no Reino Unido. A pesquisa reuniu 1.479 pessoas na faixa etária de 16 a 24 anos.
 
O aplicativo de imagens foi associado a problemas psicológicos, tais como ansiedade, depressão, solidão, distúrbios do sono, síndrome da distorção da imagem, bullying e nomofobia. Este último, que tem se tornado cada vez mais comum no dia a dia dos jovens, ocorre quando a pessoa não consegue desligar o telefone por medo de perder alguma mensagem ou foto e ser excluída do círculo social.

A pesquisa chamou atenção para o perigo de utilizar redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram por mais de duas horas diárias, devido a possíveis efeitos de depressão, baixa autoestima e insônia. Além disso, 37% dos entrevistados afirmaram que foram vítimas de assédio cibernético ao menos uma vez na vida.

Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática (NPPI), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o Instagram é mais nocivo que as outras redes sociais, pois utiliza imagens. “Ninguém posta uma foto ruim, procuramos sempre mostrar um mundo perfeito, e as pessoas fazem muitas comparações. Se uma menina não gosta do corpo e está exposta sempre a imagens do mundo fitness, isso impactará na sua autoestima. Mas as imagens passam por filtros e edição.”

No entanto, ela também alerta que, no Brasil, é incerto definir se as doenças psicológicas desta geração são fruto da internet ou sensações já existentes, mas camufladas e reforçadas por estímulo das redes. “As pessoas estão deprimidas e se refugiam na internet, mas não dá para saber se a internet produz depressão nelas.”

Soluções

Para a especialista, o núcleo familiar tem um papel importante no momento de orientar os filhos quanto ao uso das redes sociais. Os pais devem participar em vez de criticar, respeitar os interesses digitais dos filhos e saber impor limites saudáveis. “Até os 18 anos de idade é preciso estabelecer regras, como não usar o celular nas refeições ou reuniões familiares. Porém, deve-se reservar um tempo do dia, duas horas, para que a pessoa possa acessar as redes sociais. Assim como incentivar a autoconsciência dos filhos sobre quão nocivas elas são, por meio de diálogo ou reportagens”, diz. O problema não está no uso saudável das redes, mas no exagero.
Sociedade

Luciana destaca a importância da orientação das escolas sobre o uso correto desses aplicativos. Além disso, acredita que eles devem ter anúncios quando as imagens forem manipuladas.

Ela explica, porém, que não é responsabilidade das redes realizar uma medida preventiva para identificar transtornos e sim uma função dos pais. “A tecnologia não mudou o script, só fez com que as coisas ocorressem mais rápido. A conversa no portão de casa virou a conversa no Facebook, assim como a tecnologia faz com que o bullying tenha um alcance maior” comenta.

Por fim, ela diz que nenhuma rede social é capaz de substituir o papel regulador que pais têm na vida dos filhos.

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