sexta-feira, 24 de março de 2017

Religião que mata

 
Vilma Trujillo García, uma jovem nicaraguense de 25 anos, morreu no fim de fevereiro por não resistir a queimaduras de primeiro e segundo graus em 80% de seu corpo. Ela foi deliberadamente queimada em uma fogueira por membros da igreja que frequentava, por causa de uma “revelação” recebida pela diaconisa Esneyda Orozco.
 
Segundo a diaconisa, Vilma estava “possuída” e a tal “revelação” lhe ordenava que a jovem fosse libertada por meio de fogo. A moça foi amarrada e jogada ao fogo, bem ao estilo da “Santa” Inquisição ou da caça medieval às bruxas.

De acordo com a Polícia Nacional nicaraguense, Vilma foi levada a uma “oração de cura” na congregação Visão Celestial das Assembleias de Deus, em Rosita, noroeste da Nicarágua. Ela teve os pés e as mãos amarrados e ficou sob a guarda do pastor Juan Gregorio Romero – que a Assembleia de Deus local não reconhece oficialmente como pastor. Seis dias depois, a moça foi jogada na fogueira, feita no pátio da igreja. Apesar de levada a um hospital em Manágua, capital federal, Vilma, que era mãe de duas meninas, não resistiu.

 

A Polícia Nacional interveio e prendeu o suposto pastor, a diaconisa e outras três pessoas da igreja. Segundo a imprensa local, as autoridades policiais estão averiguando se o crime foi causado por fanatismo religioso ou se foi uma vingança pessoal travestida de exorcismo. Seja qual for o motivo, o que espanta é a conivência de várias pessoas da congregação.

O marido de Vilma, Reynaldo Peralta, acha que a esposa não estava possuída, mas era vítima de bruxaria e apresentava comportamento irregular. Reynaldo disse ainda que a jovem tomava um “remédio” dado por um homem que a teria estuprado no passado e que, depois de ter começado a tomar a substância, mudou de comportamento.

Juan Gregorio Romero diz que Vilma não foi jogada ao fogo, mas “caiu quando o espírito saiu do corpo dela”. As autoridades e instituições de defesa dos direitos humanos da Nicarágua lamentam o fato e alertam para o crescimento de denominações religiosas irregulares que “doutrinam” gente simples, que não questiona o que é propagado.

Religião que mata

No caso de Vilma Trujillo, a morte foi a consequência de um ato deliberado de fanatismo de terceiros. Há outros casos em que muitos sofrem por causa da religiosidade – prática de rituais e tradições arraigadas, em vez do contato e do compromisso real com Deus. Entregam suas vidas a instituições cujas intenções são manter um público “fiel” por meio de enrolação disfarçada de fé, sem que a verdadeira Salvação e entrega ao Senhor Jesus sejam a tônica.

Além disso, a vida de muitos homens e mulheres estão atrasadas pelo erro de se escolher uma religião somente, e não ao Deus Único, que está muito além de rituais vazios e métodos grotescos.

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